Estava eu absorto a me apropriar de um volumoso copo de café, para iniciar a labuta do dia. Enquanto solvia o açúcar contemplava a paisagem externa. Eis que ouso suaves passos vindo em minha direção. Permaneci de costas até que ouvi um longo espreguiçar. Virei-me e ela estava ao meu lado. Cumprimentamo-nos e de imediato percebi o semblante suave, mas ostentando aparente cansaço.
Marotamente sorri, como se adivinhasse o que sucedera na madrugada. Percebendo minha desconfiança, Ela se pôs a narrar a aventura na madrugada. Atentamente ouvi o desenrolar da agitação, com travesseiros e lençóis de cetim para todos lados. Seguindo a confidência, disse-me que não sabe como foi aconteceu. Somente sabe que acordou no chão e sobre um enfurecido gato, que urrava e tascava-lhe as garras por todos os lados… Foi então que me dei conta do motivo da suavidade dos passos: eram dores que ela sentia…