Dentre as flores, cujo perfume, delicadeza e cores vibrantes se destacam, tem-se as enigmáticas rosas, as quais, desde os tempos imemoriais expressam simbolismos e significados mitológicos, amorosos, esotéricos, religiosos e até de certa severidade, como o dever de guarnecer segredo.
Mitologicamente, é a flor consagrada às deusas grega e romana do amor (Afrodite e Vênus). Para os gregos, Afrodite nascera das espumas do mar e estas teriam tomado a forma de uma rosa, na cor branca. Eis a razão pela qual a rosa branca expressa a pureza e a inocência. Segundo a tradição helênica, a cor vermelha surgiu quando Adônis se achava envolto pelo manto negro da morte e Afrodite ao sair em seu auxílio picara-se nos espinhos das rosas a ela consagradas, tingindo-as com seu sangue. Assim, a rosa vermelha passou a simbolizar o sangue, a carne, a regeneração, a paixão no seu apogeu e, desde a antiguidade, são depositadas nos túmulos, cuja cerimônia ficou conhecida como “Rosália”.
Entre os romanos, esta enigmática flor teria sido criada pela deusa Flora, divindade da primavera e das flores. Lendariamente, conta-se que quando uma das Ninfas (divindade greco-romana que habitava ambientes da natureza) morreu, Flora a transmutou em flor e aos demais deuses pediu ajuda. Reza-se, que Apolo lhe concedeu a vida, Bacus o néctar e Pomona o fruto. Logo, as abelhas se atraíram por ela; Cupido, para espantá-las, atirou suas flechas e elas se transformaram em espinhos.
Os egípcios, por sua vez, à deusa Ísis consagrava-se a rosa. Retratada com uma coroa de rosas, sendo considerada a divindade da fertilidade e da maternidade. Entre os Hindus, a deusa Lakshmi (deusa do amor) teria nascido de uma Rosa. No cristianismo, esta flor é empregada para representar o coração de Jesus Cristo e, na idade média, passou a representar a virgem Maria, significando a virtude, a pureza e a castidade. Inclusive, as catedrais góticas trouxeram as rosas como insígnia do sagrado feminino em oposição à cruz, expressando a Maria santíssima.
A rosa, em seus diversos sentidos alegóricos, também traz consigo outras significações. Quando possui seu miolo fechado, expressa segredo ou sigilo. Disto, na idade média, tornou-se costume pintar ou colocar rosas no teto da sala reuniões, a fim de indicar que os assuntos ali tratados não poderiam ser revelados a estranhos.
Por fim, as cores da rosa expressam importantes significações. Assim, a cor: a) amarela: amor incondicional, lealdade, amizade e fraternidade; b) branca: inocência, pureza, paz a humildade; e, c) vermelha: paixão, energia, determinação e força.
BIBLIOGRAFIA
DANTAS, Tiago. “O simbolismo da Rosa”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/o-simbolismo-rosa.htm. Acesso em 30 de setembro de 2021.
JURUÀ, Pai. O RITUAL DO ROSÁRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS – A presença da Irmandade dos Semirombas e dos Sakáangás na Umbanda. São Caetano do Sul, Biblioteca Nacional, 2011.