O fechar das urnas soltou uma fagulha e acendeu uma gigante fogueira no coração e mentes de muitos brasileiros, iniciando uma onda de indignação país afora, a qual não é contra aqueles que, livremente, votaram no candidato proclamado eleito, mas contrária a tudo o que ele representa e sua falta de estatura moral para conduzir os desígnios da nação. Acresce a isto, a percepção de censura que paulatinamente vem sendo implementada e que se acentuou nessas eleições.
Ademais, impera o sentimento de conluio da mídia tradicional e sobre ativismo judicial que contribui para corroer os valores supremos da nossa juvenil democracia, tudo regado por vultosas somas de dinheiro público e orquestrados aos olhos daqueles que deveriam resguardar a transparência e a segurança jurídica do processo, mas que nada fazem, deixando exalar os odores das suas conveniências ideológicas, construídas ao sabor de interesses nada republicanos, mas que as narrativas ofuscam as mentes incautas.
Nove dias se passaram e o povo ininterruptamente segue ocupando as ruas e sitiando os quartéis. Contudo, a nefasta mídia brasileira fecha os olhos e faz ouvidos moucos ao clamor das ruas, como se nada estivesse acontecendo, incutindo a falsa sensação de normalidade. Contudo, a mídia internacional começa a voltar sua atenção para o Brasil, inclusive noticiando o levante, o qual, diga-se de passagem, não é um evento deste momento, sendo preciso relembrar que desde 2013 o povo, ordeiramente, tem ido às ruas e exigindo mudanças no curso da nação.
Há quase uma década as manifestações têm exteriorizado a ojeriza à corrupção e seus atores, dentre os quais muitos estiveram hospedados nos calabouços por ordem da justiça, mas que por pirotecnia jurídica foram retirados das sombras e foram ungidos para participar do repudiado pleito. Há dez anos o povo convulsiona, repulsa e segue seu martírio, o qual está longe de terminar.
A história brasileira e de diversos outros países mostra que quando a paciência se esgota e o povo passa a ocupar as ruas a queda dos algozes é certa. O poder emana do povo.