Do Oiapoque ao Chuí formamos uma grande nação e isso nos torna filhos de uma só pátria, sobre a qual, nos momentos de festa ou de dor, tremula o pendão da esperança, símbolo sagrado da nossa amada terra Brasil e nos traz o sentimento de pertencimento que transcende o simples respeitos às tradições e assegura os meios inalienáveis para o desenvolvimento material, intelectual, moral e social.
Infelizmente vivemos um momento em que afloram as iniquidades, mãe da injustiça e das desigualdades que assolam os menos afortunados espalhados sobre a superfície deste gigante país, cujas regiões refletem os traços culturais que nos diferencia e revela os flagelos que aprisionam os cidadãos na miséria, na ignorância e os condenam à servidão.
O nordeste brasileiro sempre foi visto como o primo pobre da federação. Tal retrato é fruto da velha política que mantém o povo sob o jugo dos senhores que se arrogam proprietários daquele solo e das pessoas. Lá se pratica a secular política do pão e circo e incute no subconsciente social a falsa sensação de que tais senhores estão imbuídos dos mais nobres valores humanitários. A bem da verdade, não passam de caçais a espreitar a presa que jaz cativa. Trata-se de um nefasto jogo de interesses com vista à perpetuação no poder.
É preciso destacar que o nordeste brasileiro é formado por uma maioria de cidadãos que vivem numa região onde não abunda as oportunidades. O povo que lá sobrevive é bravo e guerreiros e muito se assemelha ao povo sulino, quanto ao culto das suas crenças, cultura e tradições, bem como na prática dos bons costumes, ressalvadas as peculiaridades existentes entre as regiões.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral informam que o colégio eleitoral do nordeste é de 39.222.149 eleitores, dos quais 14.574.339 votaram no candidato Haddad, enquanto que 7.452.009 cidadãos caminharam na direção do candidato Bolsonaro, representando assim a resistência que muitos irmãos nordestinos empreenderam na perspectiva de dias melhores, onde não mais vivam que caíres das mesas dos poderosos. Igual sentimento foi partilhando por outros 17.195.801 de compatriotas que votaram noutros candidatos ou se abstiveram, anulando seus votos ou não comparecendo às urnas.
Encerradas as urnas as redes sociais foram inundadas por vociferações contrárias aos nossos Irmãos do nordeste. Poucos perceberam que 24.647.810 cidadãos nordestinos despertaram do profundo sono que lhes impunha a mais dura servidão, escamoteada de programas sociais e do falso humanitarismo que cativa e os tangem feitos gado pelos caminhos tortuosos que conduzem às urnas, a fim de manter os senhores nos autos postos do poder. Eles se juntam aos demais Irmãos espalhados país afora e que também desejam banir aqueles que aviltam e corrompem nosso augusto país.
É como essa singela reflexão que me solidarizo e agradeço a brava gente nordestina que, igual a mim, depositou seu voto de esperança em Jair Messias Bolsonaro, mesmo discordando de muitas das suas idéias ou discursos, mas nele enxergou o fio condutor que conduz ao resgate dos valores outrora cultuado por todos. É o mais genuíno grito de basta que ecoa pelos longínquos rincões do Brasil e exalta o desejo de uma pátria livre e onde deve prosperar a dignidade obtida a partir dos feitos próprios e com o suor do próprio rosto. Igualmente deve ser visto os 17.195.801 eleitores que optaram por outras propostas, pois também enxergaram os grilhões que as poderosas mãos forjaram.
Os Irmãos nordestinos contiveram as ímpias falanges que insistem a nos rondar. Eles se tornaram as muralhas do Brasil. Cabe-nos, agora, como filhos de uma só pátria, não lhes apresentar nossa face hostil, pois se não fosse tal resistência o desfecho do pleito poderia ser outro. Devemos bradar, unissonamente, que já raiou a liberdade no nordeste do Brasil. Devemos forjar uma sólida corrente e nela inserir os elos dos valores que nos unem, a fim de que ela nunca se desfaça ou nunca se rompa e nos mantenha unidos pelo amor e pela concórdia…
Parabéns à brava gente nordestina. Avante pátria amada Brasil…
Autor: Miqueas Liborio de Jesus
Auditor Fiscal do Município de Joinville (03/1998), Professor das cadeiras de Direito Tributário I e II, do Curso de Direito da Associação Catarinense de Ensino (ACE), Bacharel em Ciências Jurídicas (Direito), pela Universidade da Região de Joinville (Univille), aprovado no exame da OAB em 2006 e especialista em direito tributário pela FGV.
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